Notícias locais

26 de agosto de 2024

Custo de vida desacelera no segundo trimestre em SP; redução é maior para classes mais baixas


Após um primeiro trimestre com preços inflacionados, o custo de vida desacelerou para as famílias da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), sobretudo as de renda mais baixa. O índice geral da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), mostra que, entre abril e junho, o custo de vida subiu 0,71% [gráfico 1]. No período finalizado em março, o avanço tinha sido de 0,97%. 

Segundo a FecomercioSP, o resultado é positivo, porque traz fôlego para o orçamento das famílias em um contexto de mercado de trabalho aquecido e massa de renda elevada, ao mesmo tempo que permite o varejo se planejar no médio prazo com mais certezas no horizonte. Não é à toa que, pelos dados e diagnósticos elaborados pela Federação, as vendas estão em um patamar satisfatório na conjuntura paulistana. 

 

CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS)

3º TRI/2022 – 2ºTRI/2024

Fonte: FecomercioSP

 

Vale lembrar que é a segunda retração trimestral seguida, depois de o custo de vida subir 1,08% nos últimos três meses de 2023. Com esse resultado, o índice volta próximo ao patamar registrado entre junho e setembro do ano passado. 

 

No recorte entre os estratos sociais, a classe E viu o custo de viver na RMSP subir 0,64%, taxa que foi de 0,59% para a D. Já para a classe A, o aumento foi mais significativo (0,94%).

 

Isso aconteceu, principalmente, por causa de dois grupos de produtos e serviços: alimentos, bebidas e transportes. O primeiro subiu 1,13% para a classe A — mas apenas 0,3% para a E, por exemplo. A explicação está no fato de os preços dos itens de supermercado terem ficado mais controlados do que os custos de comer fora de casa, que pesam com mais força no orçamento das famílias das classes mais abastadas.

 

Já os transportes subiram 0,52%, para a classe A, e 0,2%, para a B, mas caíram 0,1%, para a classe E, e 0,47%, para a D [tabela 1]. Neste caso, a manutenção do preço do combustível foi o grande responsável por esses números. Além disso, as passagens aéreas sofreram reajustes.

CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS) –  DIVISÃO POR CLASSES

2º TRIMESTRE de 2024

Fonte: FecomercioSP

 

GRUPOS MENOS INFLACIONADOS

Dos nove grupos analisados na pesquisa [tabela 2], apenas um obteve variação negativa no segundo trimestre: o de artigos do lar (-0,58%). A alta mais expressiva foi observada nos itens de saúde (2,6%), o maior aumento em dois anos. Aqui, as classes mais baixas tiveram de lidar com elevação maior (3,03% para a E, contra 2,56% para a A).

Fato é que medicamentos e produtos de higiene e beleza têm ficado muito mais caros do que os serviços ligados à saúde, impactando os lares mais dependentes de remédios.


A tendência, segundo a FecomercioSP, é que os preços continuem desacelerados nos supermercados, o que beneficia os estratos sociais mais baixos. Por outro lado, devem subir nos grupos de habitação e de transportes — o primeiro em razão do ajuste na bandeira tarifária da cobrança de energia elétrica (de verde para amarela), bem como pelos reajustes no gás de cozinha. Já o segundo, pela gasolina mais cara desde julho. Ainda assim, o poder de compra seguirá sendo um fator relevante para o contexto positivo da economia local.

Notas metodológicas
CVCS
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV, 181 produtos de consumo.

 

Sobre a FecomercioSP

Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.

 

 

Voltar para Notícias